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Opinião: A queda de um patriarcado e o novo cenário político de Augustinópolis

Descubra os bastidores da revolução que ameaça encerrar a era de repetições e estabilidade que dominou Augustinópolis por seis mandatos!
por 16/02/2025
Prefeito Antônio Do Bar
Foto: Mágson Alves

Não é novidade para ninguém que as eleições em Augustinópolis sempre giraram em torno de dois clãs: de um lado, a hegemonia dos Cayres; de outro, a família Alcântara – encabeçada, claro, pela histórica oposição de Carmem. As eleições de 2024 mostraram, mais uma vez, que o povo optou pelo “mais do mesmo”. Em seu sexto mandato, Antônio do Bar se consolida como um dos políticos que mais assumiu o poder no Tocantins. Com 6.029 votos, ele desbancou, com ampla vantagem, o segundo colocado e principal oponente, Zé Mendonça, que foi seu vice em 2020 até romper com ele em 2024.

Embora a influência do atual prefeito deva persistir por muitos anos mesmo após sua saída – já que ele não disputará a eleição de 2028 – ficará evidente que sua “nobreza” está enfraquecida. Com o líder atuando nos bastidores, o cenário se mostrará mais favorável à oposição. Essa não é a primeira vez que a base dos Cayres se enfraquece; vale lembrar que, em 2020, a vitória de Antônio foi bastante disputada, reforçando a ideia de que a base só tem relevância quando ele próprio é o líder.

A vitória em 2024 foi expressiva; contudo, não se pode ignorar o crescimento da oposição. Por exemplo, o Dr. Guilherme, mesmo terminando em terceiro lugar, demonstrou potencial ao angariar 1.746 votos – 16,32% dos votos válidos –, um resultado que, se trabalhado estrategicamente, pode ser o embrião de uma futura virada política.

Durante décadas, a dinastia política de Antônio do Bar dominou Augustinópolis, transformando-o em um líder incontestável. Contudo, a política é cíclica, e sinais claros apontam para o fim de uma era.

O Desgaste do Poder e a Transição Inevitável

Mesmo com uma aprovação de 77,65%, o desgaste natural decorrente de seis mandatos e a necessidade de renovação não podem ser ignorados. Antônio do Bar enfrentará, assim, o desafio comum de transferir seu legado político.

É embaraçoso admitir, mas o reinado “BARISTA” não conta com um “príncipe” à altura. Embora Rone Teodoro, seu vice, apareça como a única opção viável e figura proeminente, os votos e a confiança depositados no governo de Antônio não se transferem automaticamente para seu sucessor. Rone terá que conquistá-los ao longo dos próximos quatro anos – e nem tudo será fácil.

Uma Nova Chapa e o Caminho para 2028

Sem sombra de dúvidas, este é um momento único na curta história de Augustinópolis. Com a saída iminente da “dinastia”, o véu do templo antigo será rasgado, abrindo espaço para que novas personalidades criem novos legados – desde que os egos sejam deixados de lado. Mesmo com o líder cayrista ainda no comando, a oposição precisará elaborar uma estratégia sólida para contrabalançar a influência do “monarca”. Uma oposição fragmentada é irrelevante, fraca e “xoxa”; para ter uma chance real, os adversários precisarão se unir e fortalecer um futuro xeque-mate nesse jogo enfadonho.

A chave para uma oposição forte pode estar no Dr. Guilherme, que conquistou parte do eleitorado com sua plataforma voltada para a saúde e demonstrou potencial para se tornar um candidato competitivo, desde que consiga o apoio estratégico necessário. Imagine uma aliança entre Guilherme, Zé Mendonça – o segundo colocado na última eleição – e Carmem Alcântara, que já o apoiou no passado; essa frente ampla e coesa poderia representar uma alternativa viável para a sucessão de 2028.

O desafio, contudo, reside no pragmatismo político. As lideranças oposicionistas devem deixar de lado disputas pessoais e reconhecer que a fragmentação apenas fortalece o grupo de Antônio do Bar. Caso contrário, o atual prefeito conseguirá perpetuar seu grupo no poder, mesmo atuando nos bastidores.

Uma Nova Era se Aproxima?

Embora Antônio do Bar ainda seja a principal força política de Augustinópolis, sua era está chegando ao fim. Seu nome continuará a influenciar a política na cidade, mas a dinâmica do próximo pleito será distinta. Rone Teodoro pode parecer o candidato natural para a sucessão; no entanto, a oposição possui um caminho claro para romper essa hegemonia: a união. Uma chapa composta por Dr. Guilherme e Zé Mendonça, com o apoio de Carmem Alcântara, poderia representar uma alternativa viável para os eleitores que anseiam por mudança.

O que antes parecia impossível agora se torna uma realidade palpável. O patriarcado político de Antônio do Bar está chegando ao fim, e a próxima eleição poderá definir um novo rumo para Augustinópolis.

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Mágson Alves

Mágson Alves

| Criador de conteúdo | Filmaker | Fotógrafo |

CEO e fundador do Diário de Augustinópolis, o portal de notícias que mais cresce na região.

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