Calamidade é o termo mais adequado à situação que o Bico do Papagaio enfrenta após a queda da ponte Juscelino Kubitschek, que ligava o Tocantins ao Maranhão, em dezembro de 2024. Além da perda humana, diversos moradores e condutores agora enfrentam dificuldades de mobilidade em vários trechos da região. O problema surgiu principalmente pelo redirecionamento do fluxo de veículos pesados, como forma de mitigar o bloqueio decorrente da queda da ponte.
A situação agravou-se devido às chuvas e à sobrecarga de veículos em rotas não apropriadas para esse tipo de trânsito, com buracos e trechos sem asfalto. Os condutores enfrentam lama, poeira e o perigo de acidentes. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram as dificuldades e o perigo enfrentados por quem precisa utilizar a rodovia, sobretudo a TO-201, onde as filas se estendem interminavelmente e o tempo para percorrer o trajeto dobrou.
Além da rodovia, as ruas de diversas cidades encontram-se em estado deplorável. Em Axixá, por exemplo, a principal via utilizada pelos caminhoneiros está destruída e quase intransitável; os moradores também sofreram prejuízos, pois, com o peso dos veículos, as calçadas foram danificadas após o asfalto ceder.
A cidade de Tocantinópolis, que também foi utilizada como rota alternativa, enfrenta o mesmo problema: a rua que dá acesso à balsa está completamente destruída. Alguns municípios que não têm um fluxo tão intenso também enfrentam dificuldades, como é o caso de Augustinópolis, onde a Avenida Goiás teve parte de sua estrutura comprometida.
Apesar da cobrança da população direcionada ao governo estadual, este afirma não ter condições nem equipes para sanar a demanda, repassando a responsabilidade para o governo federal. Recentemente, o DNIT assinou um contrato emergencial de R$ 150 milhões, mas apenas 80 km serão reconstruídos a partir de junho.
O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) afirma que os veículos submersos no Rio Tocantins serão retirados na segunda quinzena de abril; três caminhões ainda se encontram entre os escombros.