Na tarde desta segunda-feira, 26 de maio, um trágico atropelamento no município de Axixá, no Bico do Papagaio, deixou uma mulher morta e um bebê de colo ferido. O acidente ocorreu na Rua Consórcio, principal via que conecta o centro da cidade à rodovia TO-134, e expôs novamente as falhas na infraestrutura urbana que moradores já vinham denunciando desde a queda da Ponte JK, na divisa entre Aguiarnópolis-TO e Estreito-MA.
A vítima caminhava com a criança pela beirada da rua, onde calçadas tomadas por entulhos e obstáculos obrigam pedestres a dividir o espaço com veículos. Foi nesse trecho, trafegado também por caminhões e carretas de grande porte, que uma carreta que seguia no mesmo sentido atingiu a mulher por trás. O impacto foi violento: o corpo da mulher foi arremessado contra o asfalto e o bebê projetado para frente.
Moradores que testemunharam a cena correram imediatamente em socorro. A criança foi rapidamente levada a uma unidade de saúde local, onde permanece hospitalizada, mas fora de risco de vida. Já a mulher não resistiu aos ferimentos e foi declarada morta no local do acidente.
O motorista da carreta fugiu após perceber a gravidade do ocorrido e temido represálias. Minutos depois, parentes da vítima tentaram incendiar o veículo, mas foram contidos pela Polícia Militar. Uma operação de segurança foi montada logo em seguida para evitar novos tumultos e garantir a preservação da cena do crime.
No início da noite, moradores promoveram um protesto na Avenida do Bairro Consórcio. Com pneus queimados e bloqueios erguidos no meio da via, eles chamaram a atenção das autoridades para o perigo diário enfrentado por quem depende de caminhar pelas ruas da cidade. Sem acesso seguro para pedestres, a população vive sob o risco constante de novos acidentes.
Há semanas, alertas sobre a precariedade das vias vinham sendo feitos por lideranças comunitárias, que apontam entulhos, buracos e falta de iluminação entre os principais perigos. Desde a queda da Ponte JK, que deixou a região com poucos acessos alternativos entre Tocantins e Maranhão, o fluxo de caminhões aumentou, intensificando o desgaste das ruas e ampliando o risco a pedestres.