Palmas (TO) – O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quarta-feira (3) por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão ocorreu no âmbito da segunda fase da Operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal para investigar desvios de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Segundo a apuração, entre 2020 e 2021 foram firmados contratos que somaram R$ 97 milhões para o fornecimento de cestas básicas e frangos congelados. Grande parte dos produtos, no entanto, não teria sido entregue, gerando prejuízo estimado em mais de R$ 73 milhões aos cofres públicos.
Impacto político imediato
A medida contra o chefe do Executivo estadual busca impedir possível interferência nas investigações. Esta é a primeira vez que a operação atinge diretamente o titular do governo do Tocantins, ampliando a gravidade do caso e seus reflexos políticos.
Esquema sob investigação
De acordo com a PF, os valores desviados foram ocultados em empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais. Além da sede do governo, o Palácio Araguaia, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Assembleia Legislativa do Tocantins e em outros pontos do Estado. Outros mandados foram cumpridos no Distrito Federal, Maranhão e Paraíba.
Continuidade da operação
A Operação Fames-19 foi deflagrada pela primeira vez em agosto de 2024 e segue em andamento, com possibilidade de novas fases. O afastamento do governador abre espaço para intensificação das apurações e pode provocar mudanças no cenário político estadual.
A Polícia Federal mantém canais de denúncia pelo e-mail delecor.drcor.srto@pf.gov.br e WhatsApp (63) 3236-5512, além do plantão na Superintendência Regional em Palmas.