A administração do prefeito de Praia Norte, Ho-Che-Min, está sob escrutínio após acusações de atrasos no pagamento de salários dos servidores municipais, incluindo os da área da educação. A situação, que começou após as eleições de outubro, tem gerado insatisfação crescente entre os trabalhadores, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Tocantins (Sintet).
De acordo com Jules Rimet, presidente do Sintet na Regional de Augustinópolis, os salários estão sendo pagos de forma escalonada, sem um cronograma claro. “Alguns recebem no dia 10, outros no dia 20, e há aqueles que ainda não viram seus vencimentos. Até hoje, 27 de dezembro, a folha de novembro ainda não foi quitada”, afirmou.
A crise afeta diretamente os servidores da educação, que seguem sem receber seus salários de novembro, enquanto outros municípios estão adiantando benefícios como o 14° salário. “É inadmissível que, enquanto algumas prefeituras avançam com pagamentos adicionais, aqui sequer conseguimos os salários básicos. Muitos trabalhadores têm contas de água, luz e telefone atrasadas, sem falar na dificuldade de comprar itens essenciais para suas famílias”, disse Jules.
O impacto também se reflete em uma crescente revolta entre os servidores. “O que a prefeitura está fazendo não é apenas desrespeitoso, é um crime contra a dignidade das famílias. Pais e mães de família estão sem perspectiva, sem salários e sem previsão de 13°. É necessário que a justiça atue em defesa dessas pessoas”, completou o sindicalista.
Até o momento, Ho-Che-Min não emitiu um posicionamento público para justificar os atrasos ou detalhar um plano de regularização dos pagamentos. A falta de respostas tem alimentado rumores e descontentamento generalizado.
A expectativa é de que, com o avanço das investigações e o possível envolvimento do Ministério Público, a prefeitura seja obrigada a apresentar um plano de pagamento imediato, buscando restaurar a confiança abalada entre os trabalhadores prejudicados.