Envolvidos em Operação da PF no Tocantins Negam Envolvimento em Suposto Esquema de Desvio de Recursos

Governador, primeira-dama e filhos se defendem por meio de notas oficiais após buscas e apreensões; investigação apura fraude na compra de cestas básicas durante a pandemia.
por 22/08/2024
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Foto: Antonio Gonçalves/Governo do Tocantins

Em meio à operação da Polícia Federal que investiga supostos desvios de recursos públicos na compra de cestas básicas durante a pandemia, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, seus familiares e o governo estadual se manifestaram por meio de notas, defendendo-se das acusações. As declarações foram divulgadas após a PF cumprir 42 mandados de busca e apreensão, incluindo a residência do governador.

A operação “Fames-19”, realizada pela Polícia Federal, investiga um esquema de desvio de recursos públicos destinado à compra de cestas básicas entre 2020 e 2021, período crítico da pandemia de Covid-19. Segundo a investigação, empresas teriam sido previamente selecionadas para fornecer as cestas, recebendo integralmente os valores dos contratos, mas entregando apenas uma parte do total acordado. O destino do dinheiro restante ainda é desconhecido, e o inquérito segue em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em resposta às ações da Polícia Federal, o governador Wanderlei Barbosa, que na época era vice-governador, alegou que não tinha envolvimento direto com o programa de cestas básicas. Em sua nota oficial, Barbosa afirmou: “A única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5 mil com outras 11 pessoas, no qual uma delas era investigada.” O governador destacou sua confiança na Justiça e reiterou sua disposição em colaborar com as investigações.

A operação também atingiu a primeira-dama, Karynne Sotero, e os filhos do governador, o deputado estadual Léo Barbosa e Rérison Barbosa. A primeira-dama, em sua nota, expressou perplexidade por ser alvo da investigação, afirmando que “não faz parte do processo investigatório e sequer é citada”. Karynne enfatizou que, na época dos fatos, nem sequer ocupava o cargo de primeira-dama do estado, e que está tranquila quanto ao desenrolar da investigação.

Léo Barbosa, deputado estadual pelo Republicanos, declarou que prestou todos os esclarecimentos à polícia e manifestou surpresa ao perceber que sua participação em um consórcio informal de R$ 5 mil “poderia gerar tamanho transtorno”. O deputado reiterou sua confiança na Justiça e disse que continuará a exercer suas funções legislativas normalmente.

Já Rérison Barbosa, que à época dos supostos desvios presidia a Agência Estadual de Metrologia, afirmou que nunca teve qualquer envolvimento com a aquisição ou distribuição das cestas básicas. Em sua nota, ele destacou que a única ligação com qualquer pessoa investigada era através do consórcio informal mencionado.

O governo do Tocantins também se pronunciou, informando que está colaborando com as investigações e que é do interesse do estado que “tais fatos sejam devidamente esclarecidos”.

A operação “Fames-19” investiga não apenas a família Barbosa, mas também empresários e outros políticos que teriam se beneficiado do esquema de desvio de recursos públicos. A Polícia Federal acredita que o esquema se utilizou do estado de emergência em saúde pública para selecionar empresas específicas que receberam pagamentos integrais, mas não cumpriram com a entrega total das cestas básicas.

As manifestações coordenadas dos envolvidos buscam desvincular os principais atores políticos do Tocantins de qualquer participação direta no suposto esquema de desvios. Enquanto isso, as investigações da Polícia Federal continuam a avançar, com novos detalhes esperados para emergir à medida que o caso se desenrola.

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Mágson Alves

Mágson Alves

| Criador de conteúdo | Filmaker | Fotógrafo |

CEO e fundador do Diário de Augustinópolis, o portal de notícias que mais cresce na região.

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