Na tarde deste domingo, 2 de fevereiro de 2025, as estruturas remanescentes da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que conectava Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), foram implodidas com sucesso. A operação, realizada às 14h, marcou um passo significativo na reconstrução da ligação entre os estados do Tocantins e Maranhão.
A ponte, inaugurada na década de 1960, desabou em 22 de dezembro de 2024, resultando na morte de 14 pessoas e deixando três desaparecidas. No momento do colapso, dez veículos, incluindo carros, motos e caminhões, estavam sobre a estrutura.
Para garantir a segurança durante a implosão, aproximadamente 200 famílias foram evacuadas das proximidades. Em Aguiarnópolis, 50 residências foram desocupadas, enquanto em Estreito, 150 casas passaram pelo mesmo procedimento. As prefeituras locais, em conjunto com a Defesa Civil, coordenaram as evacuações e forneceram o suporte necessário aos moradores.
A implosão, conduzida pelo experiente engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, conhecido como “Manezinho da Implosão”, durou cerca de 15 segundos. Dias, que já participou de mais de 200 implosões em todo o país, utilizou técnicas de calor intenso e explosivos estrategicamente posicionados nos pilares de sustentação para garantir o desmonte seguro da estrutura.
Com a remoção das estruturas remanescentes, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avança no cronograma para a construção de uma nova ponte no local. O Consórcio Penedo – Neópolis, formado pela Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Ltda., é o responsável pela obra, com previsão de entrega em um ano.
O desabamento da ponte em dezembro trouxe à tona preocupações sobre a manutenção de infraestruturas críticas no país. Moradores e autoridades locais já haviam alertado sobre problemas estruturais na ponte antes do colapso. O vereador Elias Júnior, de Aguiarnópolis, estava registrando um vídeo para denunciar as condições precárias da ponte no momento em que ela cedeu.
A tragédia resultou na queda de veículos no Rio Tocantins, alguns transportando cargas perigosas, como defensivos agrícolas e ácido sulfúrico. Felizmente, os recipientes não se romperam, evitando um desastre ambiental. As buscas por vítimas foram temporariamente suspensas devido aos riscos associados às cargas, mas foram retomadas após avaliações da Marinha do Brasil.
Até o momento, 14 corpos foram recuperados, e três pessoas continuam desaparecidas: Salmon Alves Santos, 65 anos, seu neto Felipe Giuvannuci, de 10 anos, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.
Enquanto a nova ponte não é concluída, a travessia entre Aguiarnópolis e Estreito está sendo realizada por barcos que transportam pedestres. O DNIT havia anunciado a contratação de uma empresa para operar balsas para veículos, mas a dispensa de licitação foi revogada devido ao descumprimento de obrigações contratuais. Atualmente, a LN Moraes Logística Ltda. está autorizada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) a realizar o serviço de travessia por balsa na região.
A implosão da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira representa um marco na recuperação da infraestrutura vital que conecta o Tocantins ao Maranhão. As comunidades locais aguardam com expectativa a conclusão da nova ponte, que promete restabelecer a normalidade e impulsionar o desenvolvimento regional.